Fiz as pazes com o Natal
A 6 anos e alguns dias atrás, eu estava prestes a fazer 24 anos, e escrevi um texto com o título “Segure o choro”. Foi um dos maiores escapamentos que eu já fiz. Transformar dor em arte, é, antes de mais nada, a maior exposição do que nos fere, e portanto, um ato de muita coragem; que só poderia ser feito por uma pessoa frágil, aspirante a artista. Nesse texto, eu expus o seguinte trecho: “E aos poucos, talvez você volte a usar vermelho no natal”. Era basicamente a forma como encerrei a crônica. A alguns dias eu fiz 30 anos… foi estranhamente natural e inacessível. Visivelmente normal. Tudo que eu tenho horror. Mas enfim, de forma artisticamente inexplicável, senti a necessidade, como quem sente vontade de um desejo aterrorizante de comer algo imediatamente. E meu desejo dessa vez era: quero uma árvore de Natal! E aí é necessário abrir um breve parêntese: Em tudo há símbolo… e pra mim, o Natal, era o símbolo da família, do lar, do pertencimento e da sensação de unir laços. Dessa ...