Quero fazer Psicologia pra "salvar as pessoas com um sorriso no rosto". Boku no Hero Eu já quis muito mais do que sou hoje. Já sonhei com uma psiquê absoluta e intacta. Já quis ser uma profissional que alcançasse méritos gigantescos e tivesse uma vida calma e feliz. Já passei horas pensando em como ia me portar diante dos pacientes e ser formal e uma referência científica na área. Já passei noites pensando no que eu ia vestir no dia seguinte para passar mais credibilidade. Já cogitei ter mídias sociais e fazer vídeos toda semana sobre algo interessante pra atrair novos clientes. Já quis tanto da Psicologia, assim como já a subestimei. Já achei que eu tinha feito uma merda grande em escolher esse curso. Já achei terrível conhecer as inquietações da mente e não conseguir 'desver' alguns casos clínicos. Já chorei por não saber o que fazer com um paciente em surto. Já surtei junto com eles. Já senti uma força absurda ao tirar uma criança de uma sacada pronta pra se joga...
Nessa cidade tem alguns chãos que eu não ouso mais pisar, não por trauma a renegociar, mas por dó da brecha que ainda tá pra fechar em vão. Eu que achei que praticar a gratidão era só fechar os olhos, juntar as mãos e fazer um post bonitinho… Não consigo lembrar, o que aquela menina de vinte e poucos anos tinha na cabeça, mas tenho a sensação que não era nada de muito esclarecido, muito menos planejado. Quanto mais cor tinha nas estampas dos vestidos dela, parece que mais leve ela vivia os dias, também em vão. Não devo tentar recordar, o que passava no coração daquela menina adolescente que ainda se preocupava em não ficar de recuperação no colégio, mas tenho a impressão que quanto mais pulseiras tinha nos braços dela, mais vitalidade e energia ela conseguia descarregar sobre coisas em vão. Não quero pensar no que aquela criança de família tradicional, tinha em mente sobre a vida, mas ela com certeza foi interrompida; porém, dessa vez, não em vão. Acho que quando uma pessoa ...
A 6 anos e alguns dias atrás, eu estava prestes a fazer 24 anos, e escrevi um texto com o título “Segure o choro”. Foi um dos maiores escapamentos que eu já fiz. Transformar dor em arte, é, antes de mais nada, a maior exposição do que nos fere, e portanto, um ato de muita coragem; que só poderia ser feito por uma pessoa frágil, aspirante a artista. Nesse texto, eu expus o seguinte trecho: “E aos poucos, talvez você volte a usar vermelho no natal”. Era basicamente a forma como encerrei a crônica. A alguns dias eu fiz 30 anos… foi estranhamente natural e inacessível. Visivelmente normal. Tudo que eu tenho horror. Mas enfim, de forma artisticamente inexplicável, senti a necessidade, como quem sente vontade de um desejo aterrorizante de comer algo imediatamente. E meu desejo dessa vez era: quero uma árvore de Natal! E aí é necessário abrir um breve parêntese: Em tudo há símbolo… e pra mim, o Natal, era o símbolo da família, do lar, do pertencimento e da sensação de unir laços. Dessa ...
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