Que coincidência é o Amor

Escrevendo desta vez, ousando da educação e pecando na leveza da audácia como quase sempre.
Fico à pensar sobre os conceitos das palavras que inventamos. Inventamos não por não existir, mas por não nos definir.
O erro por exemplo, "equívoco" é o que se diz ser eterno, e termina sem dividir. Mas por entre as linhas desta definição também há outros velhos erros, os das segregações de contextos.
Entregar-se tem a ver com se dar. Enquanto ceder tem a ver com fraquejar. E o que sobra quando entende-se que ceder, também é uma questão de se dar? A sobra da sobra!
E há quem denomine "sobra da sobra" como a melhor parte da festa, da farra, da farsa e da força.
Os dias têm me trazido algo. Aquele "Algo" [com A maiúsculo] que já foi citado tantas vezes.
Entender a falta como sinônimo de saudade, não é bem inteligente, porque saudade se sente, e falta é pra mover, rever, reconhecer... Ceder.
Porque o que falta, falta porque já esteve. Falta porque já complementou. Completa porque já foi estruturado, e se foi estruturado, se moldou.
Me moldou. Nos amoldurou.
Mas Algo também acontece quando paramos de solicitar o futuro, e uma das opções é que ele chega sem que dê pra perceber. O que não se percebe, também se vai sem se deixar. E por não se deixar, se perde sem se fazer.
Voltamos pra cá, e vamos pra lá. Viemos de lá, seremos de cá.
E, como diria Vinícius, de repente não mais que de repente, sentimos saudade como se fosse grande. Desconcentramo-nos dessa grandeza, e ela encolhe como se tivesse medo. E teme como se fosse forte. E tem força como se fosse amar. E ama pensando em deixar. E deixa como se fosse grande. E diminui restando apenas saudade. Desconcentra mais uma vez, e seguem-se nas vias de mão dupla, as vezes sem par, as vezes em trio, as vezes seguro, as vezes vazio.
E como plano imperfeito, saudade é como "gostar de"... Sentir falta é "apesar de".
Quando há saudade pensa-se: quem foi mais belo, mais sincero, mais mudo, mais turvo, mais seleto, mas concreto, mais sensível ou que tinha mais estilo.
Mas quem sente falta, bom... Prendia o choro e aguava o bom do Amor.


Éramos inseparáveis, sendo sempre separados.


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