Cidade de Estrelas
Há tanta coisa que eu não posso ver
O dia começa como um dia comum. E em comum, ele se torna o divisor entre o antes e depois desse dia.
A eternidade mora na sensação dessa divisória. Na sua percepção e na exatidão de saber que ela existe, mesmo não sendo ciência nem tendo justificativa.
Fora dessas divisórias, a impressão que há é que o contade está sendo perdido, as reações estejam sendo frias.
Como se nossos dedos tivessem se moldado apenas para toque, e hoje se sentem constrangidos ao tocar.
Na constância dos dias, tudo que se procura é afeto, e tudo que se encontra, é gente.
E inteligente é saber que o que tanto procuramos, é encontrado no "entre" que há na relação com essas pessoas.
Essa divisória mora no espaço entre um e o outro.
Confunde-se "Amor por alguém", com "Amor à alguém".
O "por" tem a ver com esperar retorno, criar expectativa, codepender, e sobretudo, querer permanecer.
O "à" tem a ver com ensinar ao aprender, adquirir experiência, acompanhar, apoiar e doar sem esperar.
O que fica de um elo, não é concreto, é o justo contrário.
É saudável. Não é saudoso.
Relações não é sobre estar junto. É sobre o que continuamos amando no outro, mesmo depois de não tê-lo mais. E é principalmente o que aprendemos a amar em nós, sabendo que veio do outro.
Nenhum Amor é finito. Todos permanecem. Mas há aqueles que nos engradecem, e há aqueles que nos apodrecem.
E isso acontece com dias comuns. Com pessoas não prontas. Com relações imperfeitas. Com estações frias, quentes, arborizadas e coloridas.
Saber disso, não é romântico, lamentável, dramático nem desgastante.
Chegar a um equilíbrio de visualizar que quem vem, se deixa; e quem nos deixa, nunca se vai.
O que há entre duas pessoas, fica não só em fotos e lamentos. Mas no que jamais se imaginou ficar, como os sons dos instrumentos.
Uma cidade cheia de estrelas, nos cerca de sonhos que só podem ser sonhados pelos mais tolos. E ser sensível, é ser convicto que isso não é sobre romance.
É só sobre a vida!
E então nos damos conta que em dias comuns, cidades de estrelas nunca brilharam tão forte.
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