Cores
"Toda demanda é uma demanda de amor" (Acreditem se quiser, mas estou citando o babaca do Lacan).
Entre T.A.s e cansaços, precisei falar de Amor.
E sempre, eu e minha mania de escrever as palavras importantes com letra maiúscula.
O verbo 'precisar' acaba sendo muito simbólico. É humilhante e salvador ao mesmo tempo.
Quem precisa, baixa a guarda, pede, implora e aprende a respeitar.
Todas as pessoas odeiam e amam a alegria confusa e oscilante do Amor. Ela é turva, desconexa, vulnerável e bela.
No Amor se ama todes os dias, todes as pessoas e seus horrores. É saber que ceder é além de dar, mas também se danar de inquietação, chorar de lamentação, bater de imposição e ressignificar sem nenhuma explicação.
Com Amor se ama sem começo nem fim. Ele é livre de todas as dores, apesar de ser casado fielmente com elas. Ela suporta todas as mazelas, apesar de não sobreviver a elas. Ele recomeça todos os fins, apesar de existir para sempre apenas nas memórias.
O Amor é um horror. É uma dádiva. É uma colheita e também uma plantação.
O Amor é a criação.
O Amor é a criatura.
O Amor tá no vestidinho rosa de florzinha, até a palmada na bunda com fio dental.
O Amor se rompe, se molda, se afeta e se penetra.
O Amor é a explicação que não há entre o tudo e o nada.
Ele mora no entre duas coisas que nunca se entendem e que podem ser até contrárias.
Ele não apenas é ridículo, como é para ridículos.
O Amor é o azul da tristeza, o preto do luto, o vermelho do sexo e o branco da Paz.
O Amor é uma grande de uma merda que dá sustância ao nosso corpo com mais poder que biotônico e red bull.
O Amor tá nesse texto.
O Amor tá nessa pausa pra respirar e então acabar.
E por isso se eu pudesse eu faria um brinde as três palavrinhas que todo mundo sempre quer ouvir:
Vamos ficar nus!
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