O prazer de não saber
Na década de 90, eu achava que depois dos anos 2000 algumas coisas estariam bem mudadas. Imaginava coisas pequenas mas de grandes valores. Talvez valores simbólicos, até porque, sim, eu sempre fui muito apegada a isso. E aí os anos 2000 chegaram... E passaram. 21 anos de um século se passando e eu ainda fico pensando em algumas coisas que talvez nem sirvam mais. O círculo dos nossos olhos estão cada vez mais retangulares. E nossa mente que um dia já foi vasta, tende a ficar quadriculada. Nossos membros que formam par, parecem quatro patas. E nossa rotina que parecia ofegante, ficou pálida. Ansiedade virou regra ter. Deprimido ficou feio não ser. Se é quieto, é autista; se danado, hiperativo, organizado.. obsessivo. Se come demais, vomita. Se come de menos, compulsivo. Se é amostrado, se acha. Se fica tímido, se passa. Não tem mais jeito. Crítica social não pode mais ser dita, precisa ser construída para então autoconstruir-se. A palavra é tão grande que o corretor do celular...