Não há nada de novo na noite


Sabe quando a gente muda o sofá de lugar, e automaticamente vai sentar no local antigo, como se o sofá ainda tivesse lá. Ou então quando tem uma lâmpada que você sempre acende no mesmo local, e quando mudamos o local da tomada, passamos ainda um longo tempo, indo ligar a luz no local antigo da tomada.

É estranho, involuntário. É normal.

Tem dias que acontece isso comigo. Não a parte do sofá e da tomada, mas tudo que um dia esteve na minha cabeça. Eu vou lá acessar de alguma forma, e me deparo com um enorme e ecoante, oco. 

E aí eu sinto que estou flutuando, como se tivesse fora do ar, leve. Só que eu percebo que não há nada. Ta tudo zerado, inato e abstrato.

Dos olhos não saem lágrimas.

Dos poros não saem suor.

A boca não pede ajuda.

As pernas já caminham só.

Aqui em casa tá tudo igual, afinal, o que vocês querem que eu diga? 

As tomadas estão dançando na parede, mas deixei o sofá respirar.

E aí, eu durmo. 

Amanhã já vou ter voltado! 


Ou talvez não

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