Poesia

Minhas borboletas no estômago apareceram de novo. Elas voam de um lado pro outro, como se chegasse quase a passar pela minha garganta. Mas dessa vez não é fazendo festa.

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Eu ainda consigo sentir a textura macia, carnuda e o gosto bom da sua boca, de quando a gente se beijou na primeira vez que eu sonhei contigo. Isso nunca saiu da minha cabeça, porque depois dessa noite, não houve nada que eu quisesse mais, do que você.

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Ter nossos babys e nossa casa, hoje, me pareceu um pouco frágil; com todas as nossas responsabilidades e seguranças, eu ainda olho pro lado e você tá do outro lado da cama. 

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Nossos olhos mudaram, e apesar de estarmos juntas nas nossas metas e planos futuros, hoje, a gente não dorme mais “em pilha”. Você se aqueceu nas suas barras de ferro, e anilhas cada vez maiores; eu fiquei com os excessos acessíveis que também me acolhe. 

E na hora de contar como foi o dia, foi normal.

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Tá faltando um frisante na nossa sala, e sobrando torrada com café na cozinha.

Tá faltando um tapete pra gente se abraçar, e sobrando centímetros de cama toda noite.

Tá faltando “nós” nos dias lotados por aqui. E tá sobrando “nós”, pra se deixar em outras vontades, desejos e elos.

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Toda vez que eu bugava, você me dava três tapas, e quando era você quem desconfigurava, eu aplicava uma técnica de respiração falha.

Hoje não tem feito efeito. Já são tapas incontáveis sentir sua preguiça em ficar comigo; assim como imagino que já falta o ar em você, minha obediência a um vício.

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Minha linda toda linda, da pra sentir que nosso Afeto tem perdido cores. Tem pedido cores. Os famosos tons pastéis estão predominando. Nenhum chamego sobrevive sem cor!

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Você ainda é a mulher dos meus sonhos, mesmo roncando de boca aberta e babando em cima do Pipoca. Tu é o mais lindo que meus olhos já viram, a mais inteira que eu já senti por perto. Talvez essa seja uma parte do filme que não colocaram na música. E o cheiro de Menta e Pipoca se reestruture de alguma forma.

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Quanto a nós… eu espero que nos apaixonemos de novo.




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