Oitava maravilha



Colocar um bloco na rua se tornou um fôlego.

A festa é afro;

O samba é preto;

Carnaval é protesto;

Escolas de samba veio da comunidade.

Letras de músicas são frutos de histórias da periferia.

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Carnaval é desconexo, é descontexto, é vulnerável e por isso, forte.

Combinação de cores não é seu norte.

Compilação de ações não representam sorte.

Coreografias são descoordenadas.

Amizades são efetivadas.

Não tem idade.

Não tem gênero.

Não tem bonito, feio, brega, caótico.

O colorido é rico, e especialmente…

Ele é aceito!

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Talvez por isso pôr um bloco na rua se tornou tão produção de arquétipo pra mim.

Porque o carnaval é uma época que não deixaram caber preconceitos!

Talvez a única.

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Homens de saia, moças de tênis, todos de gliter.

Você não faz ideia do quanto isso pode salvar a sensação de pertencimento de uma pessoa colorida que se invisibiliza pra caber num preto básico e elegante.

É firme, fiel, mesmo sendo frágil.

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Réveillon é uma festa de iniciação de metas, e nós, geralmente somos as metas alheias de deixamos de sermos assim. Quase uma promessa…

Semana santa, é santa! Nela não cabe pecado, gente suja, mal úvida.

Páscoa, nascimento de Cristo. A própria criação da consagração.

No São João, o forró tende a contaminar, e meninas só podem dançar com meninos.

Em setembro a independência, é nome bonito só pra bandeira verde e amarela; pois os homens tem que marchar e as mulheres, esperarem seus maridos orgulhosas.

Dia das crianças já tá dito: criança só vem de um homem e uma mulher. 

Natal, dia mundial da família tradicional e temente aos pecados do mundo.

E então voltamos a promessa do réveillon.

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A fé é em fevereiro seu lugar encontrar

Ser salvo pela audácia de sentir amores

Gritar pra tirar seus ódios do nosso lugar

Pois vamos passar com nossas cores!


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