Mil milhões


Quando um poema traz um sotaque na rima

A gente até perde o manejo das palavras combinar 

Vai se apaixonando pelo cantar de cada verso

E começa a se perder nas estrofes a recitar.


Busca daqui e de lá pra ver se compreende 

Mas esse negócio de amor é muito sofisticado 

Quanto mais a gente tenta fazê-lo tranquilo 

Mais longe fica de deixar ele ser claro


A gente se surpreende como tudo acaba se misturando 

Das paixões desenfreadas aos bom dias quase não ditos

Dos abraços afrouxados até o cuidado se dissipando 

Dos segredos explanados e dos romances contidos


Eu sempre acreditei que tudo se transforma

Como as incoerências que viram ideologias 

Como aquela verdade que você jura seguir

Como as lembranças que só restam nas galerias 


Lembro a primeira vez que te vi sorrindo, 

Percebi que sua boca tinha formato de coração 

Dali pra frente é como se eu soubesse 

Que não haveria mais uma solidão 


Nossa amizade sempre foi meio torta

Superando a expectativa de quem não dava nada

A gente só precisava reagir a um “bora”

Pra perceber que nem querendo a vida seria pacata


Sua companhia é como um descanso do mundo

Naturalmente acontecendo sem ter passo-a-passo 

Nosso respeito é tão certo como acordo profundo 

Talvez venha daí nosso nó que se faz um laço 


A gente passa a vida se questionando:

Quais amores ficam e quem nos mereceu 

No meio disso uma coisa é muito certa:

Um dos amores da sua vida, com certeza sou eu!

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