Paris é para amantes


O cheiro dela fica em todo lugar, em cada centímetro de roupa, em cada pensamento que voa, e em cada azulejo desse morar.

Eu que sempre quis cuidar de você, te deixei esperando por horas pra de ti, desencontrar. Claro que haveriam mais encontros e houve, e ouve.

Ouvir você foi acrescentador - acrescenta a dor -. Se manter na responsabilidade de te fazer crescer, ver crescer, acender, retroceder e se favorecer. Transparecer!

A tristeza ficou feliz, triste e acompanhada de luz e lá estava você não mais encolhida, recolhida, recuada. Acolhida!

Deixar você ir foi de leve um pêndulo de emoções, algo entre "muito foda" e "e agora?". 

Te sentir pronta pra viver foi como um parto só que de fora pra dentro. E sim, transferência. Equivalência e essência.

A origem das coisas nunca se mostra e com a gente não foi diferente. Ela se fez, se refez, se desfez, e se faz sempre que se é feita. 


Olhar pra você é como vestir poesia e saber que você nunca mais vai morrer. Quem escreve existe para sempre. E quem existe para sempre percebe que não tem muita diferença entre morte e vida.

Nossa casualidade causal e de casal é nossa com se nunca coubesse em outra coisa. E de fato não cabe, porque pra caber é necessário sair e daqui nunca nada foi evacuado.

Tivemos dias turbulentos como o caos que costumamos dançar, e noites misturadas como costumamos amar.

Você é um ganho, que entre a ética e a ciência, eu optei pelo afeto!


As escadas do bloco 11 são mais vazias sem você, e com certeza meu lado gospel não seria despertado com outra pessoa.

Minha pequena garota triste, você cresce nos dias, como quem sente o vento da janela de um carro a 80km/h. A diferença é que energia que há em você, nunca acaba, ela se libera. Liberta!


Paris é incrível, e vai tá esperando que a gente exista para sempre por lá. Porque aqui... 

Aqui é para rasos, e nós somos para raros.


Afinal, também era minha aquela solidão!




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