Erro na matriz

 Passamos muito tempo falando e ouvindo sobre conhecer a mente, o corpo e o coração. E há quem passe a vida fazendo ou tentando isso. É lindo. E tão clichê...

Depois de uma noite longa e sinuosa, como a clássica canção dos Beatles nos anos 60, precisei parar pra respirar, e um pouco mais que isso, parei pra conhecer os meus olhos e tudo que eles deixaram vazar essa noite.

Chego sempre na mesma conclusão: não há perigo maior que o silêncio.

Silenciar é romper com o equilíbrio, o respeito e a empatia. Silenciar é desdenhar do amor, e subestimar a capacidade de autodestruição.

O silêncio sai no grito contigo, nas mãos na cabeça, nos olhos vazantes, nas lágrimas infinitas que ressecam a pele. Perder a consciência é quente. Altera a temperatura. Faz mudar a sensação. 

Essa crônica é sobre Amor! 

Vejo que existem os amores, que se permeiam e passam a vida se adaptando pra levar uma relação que caminha pra frente. E existem os amantes, que se bagunçam, e parece que precisam tá se perdendo e se encontrando para o corpo suportar a energia que eles tem juntos.

Só somos "treinados" na vida pra ter e ser amores. Aquele lance do "tudo suporta", mas acho que depois de alguns atos silenciados, a gente passa a entender que quando achamos que um amor é capaz de passar por tudo, nós fazemos ele passar por tudo, e é aí que o fim começa.

Quanto aos amantes, é uma Paz que vem do caótico mesmo. E isso não é só contraditório como todo clichê diz que é... É complementar. E "aceitar/respeitar" isso leva tempo e muitos erros

Eu sou uma amante, sempre fui. Ou seja, sou o erro na matriz! A loucura. O movimento. A contradição. O ser de todas as cores, e amar o preto. Falar de números e ser péssima em matemática. Querer proteger, e descuidar. Louca. Justa. 

Quem sabe um dia a loucura me ajuste. 

Quem sabe a gente se mude.

Ou, se mute! 

Transformar o amor em arte é para artistas.

Transbordar na arte... É pra mim! 

Amanheceu chovendo, e fez sol.