Silêncio & Ruído



Já são 2 ou 3 anos, que o álbum “escândalo íntimo” da Luísa Sonsa foi lançado; eu lembro de algumas críticas na internet a respeito da repetição do nome da música “penhasco 2”, visto que anos antes, ela havia lançado a música “penhasco”; alegaram falta de criatividade, desuso etc. 


A maior parte das pessoas realmente acabam se deixando levar pelo que é visto e parecem desativar o córtex neural que é perfeitamente capaz de interpretar entrelinhas; a qual é a função da poesia cantada.


Penhasco não é um título…

É uma sensação!


Existem histórias na vida que chegam como quem não quer nada, e vão nos dando brechas quase imperceptíveis de nos fazer emponderá-las. E não mais que de repente, elas vão fazendo a gente se perder na direção que a gente jurava saber o que estava fazendo.


E como fica toda essa procura que não tem fim? Até que… o que é que eu procuro afinal?

Todo mundo segue em busca de mais, mas se perder na direção entrelaça e embaraça a medida que damos as nossas histórias.

E aí elas que tem tudo pra ser funcional; tornam-se penhascos.


Uma carta pro infinito;

O que não pode ser dito;

Quem não deve ser salvo;

A fila que não andou;

A voz que não calou;

O calo que já enrijeceu;

A ideia que não fermentou;

Tudo de mim que se perdeu…


Penhasco é não saber, e continuar querendo.

Penhasco é achar que merece, e continuar se moldando.

Penhasco é segurar a onda, e continuar sem fôlego.

Penhasco é não soltar a corda, e continuar se enforcando.


Não é uma dor derivada da tristeza! É uma espera que vem da solidão. Como uma combustão sem freio; como um limite que só tem o botão do acelerador.

É um grito agudo que ganha potência por dentro, mas se externaliza como um sopro quase silencioso de contenção.

Uma camisa de força tão elegante a ponto de combinar perfeitamente com os sapatinhos de cristal que nunca foram perdidos.


A gente segue aplaudindo o espetáculo que conta a divina comédia de quem correu sem freio e não conseguiu cair do penhasco…

Mas ficou preso no que ele faz sentir.



“(…) 

eu 

tive 

que 

desaprender 

a gostar tanto de você”.

“(…)

palavras 

vazias,

pedaços de amor”.


 


 

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