Tatame se pisa descalço

 


A forma mais inusitada de refletir sobre a vida, é parar pra pensar no peso que tem, o conceito da palavra “caber”.

Chega como quem não quer nada, e de repente, a gente tá percebendo como é difícil ficar onde não pertence. Imagina tentar acoplar um pé que calça 42, num sapato número 35; ou ajustar uma camisa tamanho P, em quem veste XG. É mais ou menos por aí, só que de forma abstrata.

Não tem tamanho ou número, é puramente sensação.


E a grande surpresa da vida, é que você não tem cabido nos pontos finais, na ‘não expectativa’, no ‘sem planejamento’, muito menos na ideia de não partilhar naturalmente a vida com você.

Ainda é diferente pra mim, deixar acesso livre pra alguém me abraçar, sem que eu esteja usando um colete salva-vidas, mas esse estímulo de proteção tem ficado cada vez mais justo; e muito mais me aperta e incomoda do que “protege”.


Baby, eu só sei sentir escrevendo, e estar ‘cabendo’ em você, em nós e na construção da nossa parceria, tem me feito tomar fôlego bem melhor e mais fluidamente.

Não tenho urgência de quase nada, quando se trata de você; não peço nada a Deus ou a vida; não cobro sentido nem formatos, mínimos que sejam; eu só acredito que vim pra te ensinar um pouco mais sobre a incondicionalidade das coisas, enquanto aprendo com você , que externalizar afeto não vai me tornar uma companhia descartável.


A verdade é que, você é a melhor voz que eu escuto, o melhor abraço que encaixa e o suspiro que eu mais amo ouvir.

A gente não cabe mais dentro de um carro ou de um quarto branco e fechado por 2 horas.

A gente não cabe mais nos olhares cruzados e cumprimentos desconcertados como quem acabou de se conhecer e não quer nada.


E enquanto mais um sol amanhece e o nosso ‘bom dia, baby’ segue pertencendo aos nossos dias, eu quero que você saiba, que eu entraria num tatame de chinelo por você!

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