Zero X 0
"Eu sei que os tempos modernos te deixam
confuso. Mas eu sou tipo Charles Chaplin soltando seus parafusos".
Ideologia
Oriente.
'Dominar' sempre foi considerado um
verbo importante e com uma forte tendência a ser um dos objetivos de grande
parte das pessoas na sociedade. Justamente por remeter o controle de rotina e
atividades que gerem resultados e produções para mais resultados, o domínio se
tornou característica de sanidade ou até mesmo de estar ativo na vida, e sendo
mais radical, de ser digno de estar vivo. Nesse
caso, o trabalho constante como atividade dominante traz consigo uma co-dependência
a suas prováveis consequências sobre o tempo. Tempo esse que não pode parar, e
que produz pessoas concentradas a não falhar em seus domínios.
O funcionamento e caracterização de uma pessoa, infelizmente
está associado de forma imediata ao seu rendimento. E isso se contextualiza na
escola, [quando se prática o quadro de honras, melhore da sala] no emprego,
[funcionário do mês, alcançar metas] nas relações [status de redes sociais,
beleza pública]. Os números predominaram socialmente de uma maneira que aliena
e transforma em método tudo que deveria por natureza ser humano [errante,
pensante].
Gasta-se energia o tempo todo por estar num sistema de
autodefesa impiedoso e além disso, resgatando argumentos vencidos, e
reproduzidos por quem tem mais status.
O ócio como citato no texto [ócio, lazer e tempo livre na sociedade de
consumo e trabalho] "é a atividade que traz em si a própria razão de
seu fim", vem destoar a pressa e a tecnologia que tem como maior função, a
distorção de uma realidade simples.
Esse consumo exacerbado por estar mais apto
e à frente, traz como principal consequência, a ausência de emoções baratas que
muitas vezes dão significado a uma vida psíquica/física melhor.
Ócio, tempo livre e lazer, faz-me pensar no número zero, nos
seguintes questionamentos:
Porque estamos tão treinados a não estar na 'estaca zero' ou
a voltar ao zero para um imediato recomeço?
Porque não permanecer 'no' zero?
Porque esse desafeto tão intenso que não lhe permite
considerar suportável estar com você mesmo?
Finalizo com essa reflexão e atento ao fato de que 'zerar' em
algumas situações, não nos faz perder ou enfraquecer, mas justo pelo contrário,
mostra-nos a ação de ressignificar ou simplesmente não dar significado nenhum,
apenas senti-los e quem sabe perceber que sem a sensação de 'nada' não
chegaríamos a nenhum equilíbrio capaz de nos manter vivos por si só.
Faça o azul ser um zero do seu céu.
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