Afeto por m²

 Eu não conhecia a Psicologia antes de a descobrir no ápice da sua prática.

Estudar pessoas, suas emoções e comportamentos era lindo em teoria, até o momento em que eu vi uma pessoa chorando na minha frente. Assustou, amedrontou, eu dei uma paralisada, mas tinha algo, que vinha de dentro, que fazia algo acontecer em mim, e quando eu abria a boca, acessava quem estava ali. Eu nunca entendi, nem saberia explicar, mas eu sentia tão ferozmente, que de repente, aquelas lágrimas paravam de escorrer e vinha um vontade de fazer melhorar.

Fui conhecendo um a um, dois a dois, e as vezes três. Pessoas com suas mais diversas características, condições, crenças, culturas, vocabulários e comportamentos. Quando elas começavam a falar, expressar o que sentia, isso me alcançava de uma forma que meus olhos inundavam. Discorrer, transferir, perceber, era lindo. Quando um insting vinha, era como uma explosão. Uma bomba implodindo e tornando tudo consciente, potente. Reluzente. 

Fui amando cada detalhe, desde a batida deles na porta, até o "se precisar estou por aqui" que eu falava ao final de cada consulta. Eu dormia exausta, mas muito leve e com a sensação de que aquelas pessoas iam amanhecer um pouco melhor no outro dia.

Até hoje, sempre que um resultado acontece, eu ainda sinto o mesmo frio na barriga, e consigo lembrar do porquê dessa paixão. 


Hoje é um dia assim. É um dia de aniversário, de inauguração, de ressignificado, de apropriação. É o dia dela, dele. É um dia comum, porém, é o primeiro da vida dos dois. 

Ele finalmente virou luz pra ela.

Ela finalmente nasceu com ele.

Ela renasceu pra ela!



Depoimentos terapêuticos

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

CPCC

TRIN(QU)EI

Fiz as pazes com o Natal