Dançando com demônios

 I've been good, don't I deserve it? (Demi)

Morri mais de 7 vezes; afundei mais de 7 metros; fui feliz nas sextas-feiras 13, ganhei presentes no halloween e usei preto no réveillon. Foi feito como manda o figurino que eu tanto estudei: cicatrizes verticais, drogas liquidas, chamadas indefinidas, excessos contidos etc. E amanhã, acordo com o sol fazendo meu astigmatismo mostrar que precisa de uma cortina mais escura. Fecho as portas, a cara, as opções, os olhos, a conta no spotify e as margens para contextos externos.

A conexão falha quando a gente se move ao contrário. A dispersão salva quando somos vistos por dentro. É mais cômodo forçar a barra da ignorância, e somar a estatística de leigos ou comuns. Ser de propósito ou por um propósito, é falho, raro e moderno demais para essa época contemporânea. Mal conseguem respeitar as tatuagens coloridas e piercings prateados, imaginem o caos que reinaria se saísse da minha boca que, sentir-se por dentro é dançar com demônios internos, as vezes pisar no calo deles e ter que se desculpar pela incompetência até em ser negligente. Os hospitais mentais entrariam em colapso!

Marionetes com os fios cortados... 
Fomos moldados ao morno, somos fadados ao apodrecimento das raízes e portanto, nos tornamos íntimos da sociedade, que nos acrescenta mais uma curtida, só em se manter quieto sobre tudo isso.

Enganou-se quem achou que o surto é barulhento, incoerente e emocional. Ah, não mesmo. Isso é só a rotina. O surto é quieto, contido e apático, mas não por natureza, somente por excesso de excelência em sermos podres por dentro. 




I've been good, don't I deserve it?

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