Entra na Fila!
Quando eu era adolescente, criticava com unhas e dentes os seres não pensantes. E não me referia a criaturas não racionais, mas a criaturas nascidas com raciocínio lógico e que haviam optado por praticar a vida sem isso. Claro que eu sabia que isso resultava de contextos, declínios, justificativas, fugas e esquivas. Eu sabia que não eram recortes apenas. Mas ainda assim, a obsessão pelas verdades sempre me dominava, e eu achava um gigante absurdo, pessoas não pensarem sobre a vida, não refletirem e sequer, ousassem se desenvolver. Era como se virassem as costas para a evolução, e portanto, definhavam sem revolução.
O que aconteceu? Bom, simples! O tempo passou! Eu cresci, envelheci. Amadureci e me responsabilizei por tantas e quantas coisas dessa vida a fora.
Não reclamo! Não lamento!
Mas pior que isso… parei de pensar.
Sabe a história do “que eu quero ser quando crescer?”; finalmente eu entendi o porquê algumas pessoas param de investir nesses desejos; porque de nada adianta. Eu também parei.
Eu também sonhei com uma vida adulta de realizações, viagens, trabalhos, reconhecimentos, EVOLUÇÕES!
E hoje eu também faço parte do grupo gigante de pessoas que vivem e sobrevivem, passando pela vida e sem nada além disso.
Dentro dos apertos, rompendo os limites, buscando formas de arcar com tudo que há, e se vazando de gastos e gastos de energia que jamais irá ser reposta.
É como se tal hora a gente parasse. Como um freio abrupto, que não causa impacto nenhum. Mais uma pessoa com ansiedade ou sintomas deprimidos? Nossa que novidade… entra na fila!
A vida seguiu, minha língua queimou, os dias vieram, e nenhum mérito chegou.
Pensar na vida?
Ser um Ser racional?
Buscar refletir ou revolucionar?
Estar em constante evolução?
Claramente coisa de adolescente!
Ahh, e as obsessões pelas verdades…
me poupe, não tenho tempo pra elas.
É como uma lei da selva: escolhemos uma mentira para sobreviver!
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