Eu quero o mapa das nuvens e um barco bem vagaroso.


Mas quem sofre sempre tem que procurar
Pelo menos vir achar razão para viver
Ver na vida algum motivo pra sonhar
Ter um sonho todo azul
Azul da cor do mar

Bom dia!
Lembro que eu era apenas uma menina de 14 anos quando descobri que era possível gostar de alguém que não fosse de mim mesma. Jamais poderia imaginar que essa descoberta iria dar início a tantas mudanças provocadas em mim, para mim e de mim.
Por tantos anos antes eu afirmei que grandes histórias eram marcadas pelo fim e que nunca seriam capaz de sobreviver ao tempo.
Por tantas vezes antes eu me lamentei, mesmo me sentindo forte, que não cederia ao meu lamento, muito menos mostraria ele a alguém.
Por tantas notas antes, eu aceitei desistir, por ter certeza que tudo aquilo que falavam não passavam de um conjunto de baboseiras ditas por pessoas vazias, as quais eram incapazes de se sentir bem.
E então, eu o vi...
Por tantas notas depois, eu me senti enlouquecida por cogitar a possibilidade de voltar atrás com uma indagação minha.
Por tantas vezes depois, eu imaginei como seria um "e se..." em que eu nunca mais tivesse sozinha.
Por tantos anos depois, eu lembrei de como é transformador pôr um "s" no final das coisas e se sentir bem.
Me dei conta que quando se entrega um olhar, entrega-se tudo junto com ele. E por isso, até hoje digo que os olhos são o instrumento mais potente do nosso corpo e de nossa alma.
Eu o vi. Eu entreguei os meus olhos a você.
E sim, tudo foi dividido entre o antes e depois que eu o vi.
Nossos dias contados foram mais inteligentes que décadas vividas de muitas pessoas.
Você tinha razão sobre os meus preconceitos, aquela história não era minha e então, eu não precisava repeti-la.
O amor não era mal, então, eu não precisava temer a ele.
Os olhos eram certos. Tocam. Comunicam. Gritam. Compreendem. E sobretudo, entregam e fazem de nós humanos, seres imaginários capazes das mais belas histórias.
Seu amor pelas águas salgadas era tão intenso quanto a imensidão delas. E hoje eu consigo lhe admirar por ter amado a sua radicalidade até o fim. Por ter estado no abraço do Mar, até seu último suspiro.
E por ter me feito compreender, que o azul da cor do mar, não lhe levou, mas lhe acalmou a ponto de lhe deixar nas nuvens.
E eu o vi.
Nós sabíamos que eu sentiria quando chegasse a hora de lhe deixar ir.
Chegou.
E onde quer que você esteja, desejo que sua nuvem seja tão confortável como o Mar.



Ah, se o mundo inteiro me pudesse ouvir;
Tenho tanto pra contar;
Dizer que aprendi!

Boa noite Rafa.


Praia de Maceió - AL

"Certa vez, não lembro se isso aconteceu a dez minutos, a dez dias, a dez anos ou a dez séculos, mas, eu caminhava pelas nuvens, e pude perceber, que assim como imaginava na minha infância, as nuvens são de fato feitas de algodão doce. 
Então eu também pude perceber que algumas pessoas depois de mortas viram nuvens e eu fiquei maravilhado com isso, porque eu pude conhecer algumas personalidades que eu acho fantásticas. Principalmente alguns artistas. 
Então eu conheci Shakespeare, João Cabral de Melo Neto, Machado de Assis. Um grande número de pessoas que eu não imaginava conhecer um dia por achar que não estaria no nível delas. 
E na verdade, quem consegue chegar as nuvens, consegue encontrar essas grandes pessoas. 
E o fato de eu caminhar pelas nuvens, se deve por eu precisar de algum tipo de proteção, todo mundo precisa de um pouco de proteção, e não sei se vocês acreditam mais existem alguns anjos por ai, e eu sai procurando eles. Pois achei que assim como imaginava na minha infância, os anjos estariam lá nas nuvens com suas arpas e etc. 
E depois que eu conheci toda essa galera, eu me deparei com um cara que se chama Charles Chaplin, e perguntei pra ele "Carlitos, como eu faço pra achar um anjo por aqui? Estou a procura dele a tanto tempo".
E Charles Chaplin me disse que eu não acharia um anjo nas nuvens, acharia um anjo lá na Lua. 
Então fechei os olhos, dei um salto e fui parar lá na Lua.
E pude perceber que assim como imaginei na infância, os anjos são iluminados, cheio de cachinhos, e da uma leve melodia de fundo toda vez que está com eles".
Vitor Araújo Valsa pra Lua [Pianista] - Recife.

Eu quero o mapa das nuvens e um barco bem vagaroso.
Mario Quintana

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