Estranho natural
Será que as separações são e serão mesmo os espasmos da vida e das relações?! Estranho como fui contra tudo para argumentar a favor das grandes misturas e junções, e por outro lado, estou há pouco mais de duas décadas me desfazendo e sobrevivendo a separações. Equilibra de um lado, sente falta de outro. Chora num canto. Em outro sorri. Entra num ônibus numa linha, desce do outro lado do mundo ou da cidade. Segue viagem. Se despede. Me acumula. Se destoa. Promete que volta. Duvida que vou. E assim vai, de uma ponta a outra. De um itinerário ao próximo. Todos os dias lutamos por momentos que nos unam. E essa união fica cada vez mais torta. Separam-se as famílias... Separam-se os amigos dos animados. Separam-se os amantes dos amados. Separamo-nos pela cidade. Pelos Estados. Por países e até mesmo nos deixamos separar na mesa de jantar. Longas noites a maior parte das vezes parecem frias, porque separamos os lados da cama. Os quartos ou beliches. ...