Um leve gosto
Teu cheiro me lembra a doçura da minha sala de aula no jardim de infância, de cimento cinza e encerado.
Lembra-me também ainda na infância, minha casa com paredes brancas pintadas de super cal e arejada com o vento da serra grande.
E como lembra os vastos mercantis os quais passei pra te ter.
Da mercearia ou supermercado.
Uma cidadezinha pequena as metrópoles.
Você foi companhia as viagens, no crescimento, nas construções.
Em minhas vivências, tristezas e desamparo.
Até mesmo desilusões e imaginação bastante aguçada.
Vindo de amizades e erotismo.
Amor e agonia.
De tempos em tempos.
No sorvete. No biscoite. No bolo e no sushi.
Também nos churros, pizzas e pasteis.
Acompanha-me nas sobremesas e pratos principais.
Derretido, sólido, se duvidar, até viscoso.
Amargo. Meio amargo. Ao leite. De laranja. Morango e 100% cacau.
Presente de réveillon. Férias. Carnaval. Páscoa. Dias da mulher. Mães. Pais. 7 de setembro. Finados. Aniversário e Natal.
Vem daqueles de 50 centavos à todos os meus centavos.
Toda hora. Todo lugar.
Necessidade singular e falta.
Falta mais e não para.
Dane-se quem quiser, eu como o chocolate antes do prato principal. Quem me garante que um meteoro não caíra sobre mim e me impedirá de chegar ao momento mais esperado.
Meus leves vícios.
Leves fardos.
Se não você, quem me levará num trem para as estrelas?
Se por amor não há...
Eu diria mais!
Paixão.
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