Outra forma de ganhar
Quando uma estrela do mar, não encontra um par para lhe fazer companhia durante a vida, ela solta uma de suas pontas, e esta ponta, forma uma nova estrela.
E então, estas não estarão mais sozinhas.
Perder cores sempre me assustou bastante.
Quando penso em descolorir, de imediato associo a paralisação de uma vida.
Não do corpo e mente.
Mas uma dissipação da alma.
Há quatro anos atrás eu me via forte, solta e sortuda.
Cheia de cores. Linda.
Um céu inteiro era capaz de brilhar nos meus olhos.
Todos os meus caminhos davam entre o céu e o mar.
Tinha um girassol da cor do meu vestido.
Tão certo como um fato, minhas cores ficaram mais turvas.
Menos quentes.
Meus olhos talvez pararam de refletir o céu.
Não por estarem menos aptos, mas porque eu talvez tenha parado de olhar para cima.
Fui sugada por uma fraqueza que nunca foi minha. E me doei a ela.
Não abri o mar vermelho, mas o segurei de ponta a ponta em cima da minha cabeça.
E como poderia ver o céu.
Tatuando tudo em preto!
Reconhecer isso e provocar uma evasão é antes de mais nada, dar-se conta que o fim não serve somente para aparecer no meio da TV ao final de um desenho animado "the end".
Serve também para que possamos saber que outro desenho animado vai começar...
A quem se perdeu por entre estes meios termos, tenho duas coisas a pontuar:
Primeira, exponho minha real felicidade em ter compartilhado tantas cores.
Segunda, agradeço por lembrar do céu que refletia nos meus olhos.
Perder é antes de mais nada, outra forma de ganhar.
Por instantes farei uma inconstância permanecer:
Que o mar vermelho desabe sobre nós e assim o céu se mostre mais uma vez.
Eu apenas soltei uma das minhas 'pontas'.
Nunca mais estarei sozinha.
Agradecimento especial à A.S.; B.F.C.; G.F.
Você está esperando por um milagre?
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