Pacato cidadão
Diria ser perturbador a
quantidade de coisas interessantes que hoje temos em nosso mundo.
A palavra
interessante ganhou vida própria e hoje ela nada mais é, do que um breve focal
para mudar o assunto e sair ileso.
Se algo foi visto ou
não visto. Dito ou não dito. Feito ou mal feito. Se for interessante já pode
ser denunciado como acontecido e posto na gaveta. Não existe mais provocação. O
ócio virou tédio. A rotina, uma carga. A vida, uma reclamação. E a
experiência... interessante.
Não cabe nem comporta o
sentido. O sofrido. O que vem na audição, na ação, na visão, no sentimento de perceber.
Criamos memórias de fatos interessantes, e não lembrando dos detalhes que foram
engradecidos e criaram a forma como uma coisa é e pode crescer ainda mais.
Lamentamos saudosismos
e esquecemos o sentido de ter saudade.
Induzimos a beleza e
prorrogamos o contato que nos faz destaque.
Andamos num salto tão
alto, que nem percebemos, tão pouco questionamos, porque é proibido pisar na
grama?
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