Fruto proíbido
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A parede da cama gelada esquentou de repente.
Choveu lá fora e a gente nem viu, enquanto isso, se despiu, confundiu e deixou fluir.
• Saudade não rima com vontade a toa. Eu morro de vontade de você. Logo você, que faz o que mais sabe fazer de verdade, maldade sem nenhuma piedade. Provoca, sufoca, transborda, me evoca. Tira tudo de mim, assim, enfim, te digo sim 110% de todas as vezes.
• Vou pra cima de você como se fosse um vulto, um curto circuito, loucura, intuito que tudo que eu quero é você. Nosso movimento conhecido tira o pano da cama que já pede arrego sem nem resistir. Meus dedos escorrem pelo seu corpo já molhado de suor, da minha língua, de tudo que fica, lubrifica.
• Entrar em você é meu, não falho, retornar, tira o ar, meu gosto preferido. Ouvir teus gemidos me traz calma, tira o fôlego, revira os olhos, mantém a força. Quero mais, perspicaz, te ver por trás é um êxtase. Puro, seguro, contudo, me abrigo. Enrolar teus cabelos pretos nas minhas mãos molhadas de ti, te escutar baixinho, pouquinho, sem pudor.
• Sentir teu cheiro é um gosto bom. Te ver de baixo é um grito explodido, emaranhar nos seus seios, ouvir teu olhos, pôr a boca de cara em um fruto proíbido. Que eu quero, de certo, como se eu fosse humano, vivo.
• Amolece, amortece. Ressuscita. Me excita. Pisco os olhos, te vejo em cima, dominando todos os movimentos imperceptíveis. Sem contenção, atenção, lentidão, violação do que é seu. Sua. Nua. Me quer, me tem, me bebe, refém. Você entra, me viro, uma fenda, eu grito.
Come, não cospe, nunca deixa.
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