Preto colorido

Sou livre para o silêncio das formas e das cores.

Manoel de Barros.

O preto é sempre colorido

Quando nossa visão é turva

E sacramenta a movimentação

As minhas cores tenho amor

Os tons de cinza, realidades

E aos sonhos, emoção.

Minha pele virou uma tela

Das artes que por mim passam

E trazem a Paz que tenho apreço

Mais eficiente que muita cartela

Deixam rastros que desembaraçam

Com o respeito que eu mereço.

A poesia que me enlouquece

Me faz drenar o que nem existia

Pra acordar num mundo novo

Faz meu silêncio virar arco-íris

Escurecer o belo do dia-a-dia

E dar sentido quando me movo.

Essa rima se constrói a toa

Como a vida toda da gente

Que sorrir pra merecer

Poesia que se torna boa

É aquela que se faz presente

E nos da a chance de reviver.

Reviver respeito por si

Com Paz por dentro 

Pra sentir Amor

Transformar o dia

Que amanheceu ameno

Ouvindo sua Cor. 

Um cordel sem muita rima

E poucas linhas a contar

Sem deixar muito comprido

Tem uma potência que anima

Que por pouco tira o ar

E transborda o infinito.

🖤