Vou te fazer um pedido


(Tempo tempo tempo tempo)


Os tempos primitivos são líricos, os tempos antigos são épicos, os tempos modernos são dramáticos.

Victor Hugo.


A poesia lírica expressa as sensações, as épicas contam a história, e as dramáticas colecionam os fracassos

Talvez porque nos tempos primitivos, as pessoas eram tão privadas e oprimidas que tinham muitas emoções a conhecer e reconhecer. Eles tinham sensações reclusas, fosse pela época, pela cultura, ou pelo amor sentido e não experienciado por falta de espaço e voz.

Enquanto nos tempos antigos, as pessoas agiam como se tudo que tivessem era orgulho do seu povo e de sua vida. Eles tinham percepções de atitudes que deveriam ser passadas de geração a geração na ideia de manter a história de um povo que necessitava de voz. Eles tinham emoções construídas pela história, ou pelo amor transmitido de forma equipada e arranjada, pela presença de medo da diferença e contensão da diversidade.

E então, os tempos modernos nos traz o drama, o arrependimento, o caos e a paralisação. A humanidade com sensações infinitas, emoções frágeis e atitudes capazes de transformar, porém, pessoas compostas por medos, inseguranças, frustrações e concentrados em passar uma imagem melhor do que se é. 

Como depois do fim, sempre há algo, chegamos na contemporaneidade (os famosos dias de hoje). E o que somos? A sobra da sobra. Tornamo-nos o resultado da falha. A consequência do medo e do vazio não fértil de viver o mundo pela metade. 

Somos os seres coloridos em tons pastéis! 

Desolador, fraco e normal. Morno e em escassez. 

Escassez de amor. Frio mesmo no calor. Seco sendo colorido. Vazio sem ser sofrido.

Victor Hugo tem razão, os tempos primitivos são líricos, os tempos antigos são épicos, os tempos modernos são dramáticos, e a contemporaneidade é a sobra do tempo que nem mesmo existe mais. 

E por fim fico aqui, aguardando o próximo tempo, na esperança de sentir a poesia potente e ainda assim, ser uma experiência atemporal.




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