Carta de uma jovem (levemente) enamorada
Em fevereiro de 2015 ouvi falar sobre você - não sei exatamente a data - no quanto
era legal, inteligente, divertido, educado. Parece que haviam combinado um
final de semana para nos conhecermos. Era uma espécie de combinação interna.
27 de fevereiro de 2015 finalmente fui conhecer a casa da minha amiga, que por vezes já havia me convidado e no dia 28 de
fevereiro decidimos que eu dormiria na casa dela novamente e
que iríamos a uma pastelaria. Ela resolveu chamar o seu namorado. Até este
momento tudo estava em comunicação (entre nós três). Chegamos ao local e minha amiga recebeu uma ligação... Era o seu namorado. No decorrer desta, o mesmo
comentou que estava saindo de casa e ia passar na casa de um amigo para buscá-lo
(informação importantíssima que eu descobri no dia seguinte), porém este final
não havia sido repassado para mim.
Dialogamos por alguns instantes e na minha (constante) inquietação
resolvi olhar para a avenida, no sentido sul, e meus olhos ficaram
surpresos ao ver do outro lado desta mesma avenida dois seres humanos vindo em direção à nossa mesa. Era você e o seu amigo. Fiquei completamente assustada, nervosa,
inquieta, roendo minhas curtas unhas e totalmente envergonhada. Ao chegar, verbalizamos:
- Então... Vocês
chegaram!
- Olá. Eles
responderam.
- Fulano, esta é minha amiga. Minha amiga, este é o fulano!
E de repente nossos olhares se cruzaram e eu me embrenhei nos teus
cabelos, apenas nos meus anseios inconscientes. Para fazer uma reorganização
psíquica foi bastante difícil. Você
sentou na minha frente, creio que não tenha sido de propósito... Prefiro acreditar que não fora. E por diversas vezes nossos olhares se cruzaram sem que
percebêssemos.
Você sorria e eu fingia que não reparava. Você falava e eu tentava
processar apenas aquela voz diante de tantos ruídos externos, tantos discursos
naquela mesa, entre tantas buzinas e conversas alheias a nós. E repentinamente você me olhou e não disfarçou. Você sorriu.
Ponto e pronto. Talvez eu tenha ficado encantada por você ali, naquele curto
instante (curto espaço de tempo). Tentei
não te olhar. Na minha inquietação, todos os quadrados daquela mesa eram
válvulas de escape. Todos os lados daquela avenida, às ruas paralelas e
transversais eram mecanismos de defesa, tudo permitindo que eu não te olhasse. Tudo
facilitando o meu modo de escapar. Até
que você finalmente prestou atenção em algo que eu havia dito. Você riu junto a
mim. E nós rimos juntos aos outros.
Você prendeu o cabelo com a minha “liga”. Você deixou o cheiro daquele
cabelo brilhante, como a lua, naquela noite. Mas depois, como em qualquer situação eu fui embora e você também.
Encontramo-nos novamente quase 2 meses depois. Parecia um dia
qualquer, digamos. Mas não, não fora! Você, gentilmente, ofereceu a cadeira
para eu sentar e às vezes me olhava de uma maneira diferente. Eu estava sentada na rede, sempre escondida, e você chegou com o sushi com
molho soyo (aquele ato foi um dos mais lindos que já vi, rs). Eu sorri e você também. Você
entregou o sushi em minhas mãos de uma forma tão bela e eu agradeci totalmente
envergonhada.
Depois eu fiquei com sede e fui até a cozinha pedir um pouco de
refrigerante. O seu amigo estava com a garrafa de Guaraná e você, com os copos.
Eu estava sem copo e você não tentou pegar um para mim... Você fez
diferente. Você me ofereceu o seu copo: “Toma no meu. Eu
não bebi ainda”. Eu peguei em você quando fui embora. Peguei nos seus braços e o seu
cheiro ficou na minha mão. E eu fiquei com saudades desde então.
t.
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