Pastel com caldo de cana

OH MEU DEUS 

Tendo a Lua, aquela gravidade aonde o homem flutua, merecia a visita não de militares, mas de bailarinos e de você e eu.

E sim, já joguei tanta coisa fora. 

Dentre idas e vindas, deixei que meus olhos saíssem de mim, e fossem até você. 

E foram. 

Nossa combinação foi marcada pela intensidade. 

Pelo carinho agressivo. 

Pela possibilidade familiar. 

Pelas marcas de esta junto e pelas propostas indecentes que me revolucionaram. 

Você comprou minha sinceridade. 

Eu ganhei seu interesse. 

Começamos pelos 'cantos derrubados', fomos aos apropriados e hoje tendemos a ser a mistura de todos estes e aqueles. 

Gosto da forma como você fala. 

Gosto de como você rir atrasadamente das coisas engraçadas, ou daquelas que não tem graça nenhuma. 

Gosto das suas calças caídas e da metade da sua cueca, totalmente incoerente com o resto da roupa, que fica aparecendo. 

Gosto do seu cinto que eu sou ótima tirando mas nunca tive capacidade de colocar. 

Gosto das suas camisas que me vestem mais confortavelmente que as minhas. 

Gosto dos seus chinelos que insistem em arrastar no chão. 

Gosto de como você anda quase parando. 

Gosto dos seus olhos pequenos. 

Gosto quando você deita no meu sofá e finge estar dormindo, enquanto eu fico beijando seu rosto. 

Gosto de te ouvir falando "é sal, pivete". 

Gosto de quando me chama de Psicóloga. 

Gosto de quando suas mãos tocam em mim, como se todo o meu corpo fosse propriedade somente sua. 

Gosto da sua completa simplicidade. 

Gosto da sua barba me arranhando. 

Gosto de quando você 'afunda' o rosto no meu pescoço. 

Gosto de como você me abraça, me come, me cospe e me deixa. 

 Gosto da sua Mel. 

Gosto de você! 

E vem, vem viver comigo, vem correr perigo, por mais alguns minutos, mais algumas horas ou quem sabe, algumas noites. 

Nossa quantidade se esvai, toda vez que nos espantamos com tanto gosto situado no meio de duas pessoas. 

Meu Bem, temos a Lua! 

Nosso jantar romântico!