Carta a meu jovem terapeuta

 

Lembro como se fosse hoje, de te encontrar como opção pra psicólogo. Achei você bonito e talvez me fizesse bem ir a um terapeuta o qual não me geraria comparação. De corpo, de gênero, de tudo.

Tivemos nossos desencontros. Fui assaltada, perdi seu contato. Formatei tudo e recuperei uns dados. Falei com você novamente. Fiquei sem grana. Anos se passaram. Eu segui precisando de você, as vezes sabia disso, mas na maioria do tempo, não.

Até que me dei de presente de aniversário, uma sessão inicial com você. 

Após 4 anos.

Foi atropelado. Incontido. Percebido.

Vazava tudo de mim.

Você me olhou e acolheu. 

Eu chorei. Quis gritar. E calei.

As vezes eu tinha a impressão que você ria de nervoso, e eu achava isso muito foda, era o auge do vínculo terapêutico.

Você me segurou e me assegurou que eu precisaria me ter.

Foi incrível.

Eu me tive.

E sabe... Nem era tudo aquilo.

Nem era tanto assim.

Hoje com tantas coisas sentidas, ditas e não vistas, eu acho que algo vem acontecendo de forma tão intensa e tão discreta, que nem posso saber ou descrever.

Mas hoje eu acordei e tive vontade de te escrever e dizer algo bem breve:

Você é lindo! 

Terapeuticamente.

Interventivamente.

Humanamente.

Você se tornou uma referência boa.

Eu tenho muito orgulho de ter você como parte dos meus aprendizados.

Gratidão por tudo até aqui.

Por todos os "relaxxaaa". Pelas vezes que eu atrasei seu almoço no sábado. Pelos meus sonhos interpretados. Pelos meus planos acolhidos. Pelas sugestões. Pelas vezes que você me leu e disse "eu gosto, pelo menos não é sobre Psicologia".

Eu queria dizer que adoro tuas meias.

Obrigada por ter me tocado apenas como outra alma humana.


Você me salva com um sorriso no rosto.

Eu não vou esquecer isso!



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