Tecido morto


Mórbido

Sórdido

Sólido

Podre


Fossa

Nossa

Prosa

Noite


Quem já tirou cutícula sabe bem...

É pálida, sem forma, sem textura e flácida.

É líquida, escorre, percorre e fixa.

Fica em tudo, em todos, por dentro, em mim.

Um dia já foi bonita. Hoje é cinza gelo. Da cor que a vida fez, e não se refez, mas virou refém da morbidez dos dias inférteis.

Dramático. Caótico. Neutro. Morto.


Um muro sem horizonte, sem textura e formas desformes. Antes dele, eu; depois dele, um ambiente hostil encurralando canalhas repetentes da vida e apavorados por aprovação.


A liquidez dos olhos se dissipa

A lentidão do corpo antecipa.

A exatidão dos erros danifica.

A solidão do oco nos modifica.


A rotina que não seduz

O lazer que não constrói

Melhor seria morrer numa cruz

Apenas tecido morto não dói.


E então acordou...

Livre, feliz, novo, cheio de nada!

Ousada.

Formatada.

Cremada


_Descrevendo um suicídio 

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