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Mostrando postagens de 2017

COBAIN

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Você tinha razão, é melhor queimar de uma vez, do que apagar aos poucos .  O que parece absurdo para a grande maioria social, posso lhe garantir, eu te entendo.  Li por tantas vezes sua carta, que me peguei fazendo esta, enquanto te escuto em love buzz .  Conhecer a dor serviu pra me perder nela.  Fico a pensar no nosso incrível encontro único.  Quem nascia aquela época era eu Kurt, Caroline vinda de Sweet Caroline do Elvis. Carol dos Beatles. E de mim, nada.  Assim como você, não tenho mais paixões, não se ganha nem se perde mais nada.  O que você pensou? Como foi pegar aquele papel e aquela caneta, e começar a escrever?  Fico imaginando quantas batidas em milésimos de segundo, o seu coração dava, no auge dos anos 80/90, quando toda aquela galera alucinava enquanto sua voz magnífica ecoava nas caixas de som e seus fios de cabelos loiros eram arremessados pra cima e pra baixo.  Eu choro com a luz da vida, enquan...

FORA DE ÓRBITA

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Bom dia, boa tarde ou boa noite. Independente da hora do dia que leiam isto, gostaria que fossem como uma hora boa. Este blog, como os mais íntimos já sabem, surgiu a partir de uma demanda de expressão, na verdade eu costumo chamar de esgotamento, ou excesso. De qualquer forma, uma finitude. A partir dele, tive algumas conquistas, outros cansaços, devaneios, carícias, mas sobretudo, histórias. Minhas, sempre minhas. Hoje é um dia comum, com o seu traço de normalidade como todos os outros, assim como sua especialidade em um detalhe. Ao som do mar e à luz do céu profundo , foi um presente, um recomeço, uma coragem, e certamente, um prolongamento da minha vida. Talvez um entendimento da minha solidão. Um preenchimento do meu vazio. Um consolo a minha dor e uma carga as minhas descargas. Ou o contrário. Descobri talentos incríveis, manifestos surpreendentes e inquietações insustentáveis. 130 postagens. Eu multiplicada por 130 vezes. Bom, em algum momento o resultado deveria dar zero...

Ócio

Gostaria de iniciar esta carta, agradecendo a dedicação da turma à me colocar como foco ao longo desses 3 meses. Nossa árdua realidade, está concentrada a não permitir olhares, mas somente visões. E enxergar olhares entre 25 pessoas durante 3h semanais, é antes de mais nada, um privilégio a mim e a vocês. Por esse motivo, decidi me colocar como verbo, ainda que em sentimento, para enaltecer algumas posturas as quais aqui, tive o prazer de experienciar. Pensem em como pegar no sono; as vezes não é preciso está deitado, mas é necessário está se sentindo confortável; não necessariamente na superfície que lhe acomoda, mas no corpo que seus sentidos adormecem, ou vendo por outro lado, despertam-se. Uma mistura de devagar com rápido, a ponto de não lhe permitir recordar o processo de adormecimento. Vagarosamente acontece. Suas pálpebras começam a piscar, vão fechando; e depois, você só consegue saber que está acordando. Aliás, que acordou. Pensem na tendência a sobreviver, nem por u...

Pastel com caldo de cana

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OH MEU DEUS  Tendo a Lua, aquela gravidade aonde o homem flutua, merecia a visita não de militares, mas de bailarinos e de você e eu. E sim, já joguei tanta coisa fora.  Dentre idas e vindas, deixei que meus olhos saíssem de mim, e fossem até você.  E foram.  Nossa combinação foi marcada pela intensidade.  Pelo carinho agressivo.  Pela possibilidade familiar.  Pelas marcas de esta junto e pelas propostas indecentes que me revolucionaram.  Você comprou minha sinceridade.  Eu ganhei seu interesse.  Começamos pelos 'cantos derrubados', fomos aos apropriados e hoje tendemos a ser a mistura de todos estes e aqueles.  Gosto da forma como você fala.  Gosto de como você rir atrasadamente das coisas engraçadas, ou daquelas que não tem graça nenhuma.  Gosto das suas calças caídas e da metade da sua cueca, totalmente incoerente com o resto da roupa, que fica aparecendo.  Gosto do seu cinto que eu...

Carta a um coração selvagem

Viver é melhor que sonhar, e eu sei que o amor é uma coisa boa. Certamente ainda andas por ai batendo em algum lugar. Por tanto tempo se escondestes, mas sempre deixou ser visto por aqueles que conhece o valor de um pulsar. E não quero te falar meu grande amor, das coisas que aprendi nos discos; quero te fazer aquietar e perceber que teu descanso jamais será sublime. Perpetuar, é a possibilidade de se manter, ainda que invisível, porém lembrado. Compreendo sua atuação ausente, e a dor em dizer que o sinal está fechado pra nós, que somos jovens. O que deixastes aqui foi a possibilidade de que estejamos encantados com uma nova invenção. Seus eternos minutos palpitados, fizeram pulsar no corpo de na alma de uma grande qualidade de pessoas, a beleza de esta com o cabelo ao vento, gente jovem e reunida. Não venho por meio desta carta deixar meus votos de tristeza, saudade ou angústia, e sim agradecer por um detalhe de cada verso seu, pelos meus 25 anos de sonho e de sangue, e de Améric...

Carta ao futuro

Você que demora tanto a chegar, e chega para ser deixado. Quantas vezes te quis por perto, quantas outras te fiz incerto. Você chegou em inúmeras situações e eu não percebi, no mesmo instante que clamava por ti. Fazia-me de tola em não lhe planejar, mais tola ainda em achar que tu serias calculável, programável. Mal sabia eu que você era apenas mais uma parte de mim. Porque teu perigo desperta tanta curiosidade? Porque tua indiferença contempla tanta monotonia? Eu achei que poderia viver sem pensar em você, mas entendi que somos o todo de um turbilhão de preenchimentos e faltas. Você aparece nas minhas inquietações, nos meus sonhos e principalmente, no ápice do meu desespero. Tenho pressa de chegar a você no mesmo instante que tenho pavor em reconhece-lo. Desculpa as vezes que roubei sua cena, achando que deveria lhe cobrar presença. Desculpa as vezes que estive em você e não enxerguei que era a hora de lhe fazer presente. Escrevo-lhe esta carta, porque precisei lhe agradecer por ...

Marcante

Poesia de Maiara dos Santos. Em 04 de março de 2017 Conheci uma pessoa, Que não liga pra internet E é muito gente boa. O seu nome é Carol Profissional em Psicologia Ela brilha como o sol E a todos contagia Trouxe Skinner que estuda Sobre o comportamento Já em Chomsky tudo muda A linguagem vem de dentro Vindo na segunda vez Trouxe Freud para a gente Sua Psicanálise diz Que quem manda é o inconsciente E Bandura vai além Do que afirma Skinner Comportamento depende também Do símbolo, imaginem Nos mostrou Rogers E a Fenomenologia Que tem como principio Estudar a empatia São tantas teorias Que podemos conhecer E é com muita alegria Que agradecemos a você Você é simplicidade E que Deus te ilumine Já estamos com saudade Te amamos Caroline

Temporada das flores

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Cora Coralina escalou as montanhas da vida, removendo pedras e plantando flores. Quem talvez me recorde, saberá que a finitude dos meus dias, é tão frágil quanto as montanhas que escalamos. Quem talvez me abuse, saberá que a insuficiência do meu prazer, é tão seca quanto as pedras que nos arranham.  Mas quem certamente já me sentiu, sabe que a minha peculiaridade de ser interna, está tão explodida quanto os devaneios de quem colhe flores. Depois de um longo e sinuoso inverno;  Depois de um ardente verão; E de uma época acinzentada de outono...  A colheita das flores me indicam sentidos. Depois de confundir belezas com perigos quase fatais, e sobretudo, introduzi-los a minha interna maneira de desabar, outros cheiros estão submergindo minha entrelinhas. É o início de voltar a superfície e desafundar de comas emocionais. A ordem não me move, a desordem não me afeta.  Mas justa medida se posiciona mesmo que seja de cabeça para baixo, e me faz...

Cordel

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As pessoas se matam para ver quem é mais forte São mensageiras da morte São como cães infernais Piores que animais Da mais triste qualidade  É a pobre humanidade Chorando o filho perdido A violência tem sido, O mal da sociedade Se eu pudesse mudaria A tristeza seria alegria, O choro seria folia Mas isso a mim não cabe Esse mal já engloba a sociedade, Todos os dias em noticiários se vê, A hostilidade e selvageria sendo manchete na TV Pensar no futuro me esmorece, Parece que nenhuma mudança acontece  A violência oprime a verdade  Tantos morrem com tão pouca idade A realidade não é justa Quanto uma vida custa? Hoje não custa nada, Ninguém se importa com a existência moldada  O homem se entregou, a um sentimento incontrolável  Algo nada agradável  A ganância engoliu a alma, E sangue cobre a mão que espalma  Hoje, em ninguém se confia, A maldade se esconde na coxia Esqueceu-se o significado ...

3 - C

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José Leonilson. O que torna uma obra tocante é justamente sua inconsequência de permanecer. A exposição me levou ao chão de uma garrafa sem fundo, e totalmente vulcânica na parte interna.  O que remeteu a sensações de finitudes, porém, muito vivas. Me emudece a velocidade de quem vê arte e toma uma postura de concluir comunicações. E me encanta as formas de quem enxerga e com isso, complementa a arte.  Percebe as linhas tortas como as vias do nosso cotidiano, em que a falta de coerência prevalece.  Canetas viram câmeras. Ouvidos viram olhos. Mãos viram contornos. Diários virá diária. E a imagem resgata o sentido. Seja ele qual for. Basta entender que ele não vem de lá, mas ele sai de si.  Como uma garrafa vulcânica sem fundo. Quando nos colocamos para fora, não somos belos, nem lineares, muito menos evidentes.  Somos, suor, mágoa, porra, falta, sangue, queimaduras, força, morte, fé, agonia, sal. Tocar não significa chamar a atenção para um...

Carta de uma jovem (levemente) enamorada

Em fevereiro de 2015 ouvi falar sobre você - não sei exatamente a data - no quanto era legal, inteligente, divertido, educado. Parece que haviam combinado um final de semana para nos conhecermos. Era uma espécie de combinação interna. 27 de fevereiro de 2015 finalmente fui conhecer a casa da minha amiga, que por vezes já havia me convidado e no dia 28 de fevereiro decidimos que eu dormiria na casa dela novamente e que iríamos a uma pastelaria. Ela resolveu chamar o seu namorado. Até este momento tudo estava em comunicação (entre nós três). Chegamos ao local e minha amiga recebeu uma ligação... Era o seu namorado. No decorrer desta, o mesmo comentou que estava saindo de casa e ia passar na casa de um amigo para buscá-lo (informação importantíssima que eu descobri no dia seguinte), porém este final não havia sido repassado para mim. Dialogamos por alguns instantes e na minha (constante) inquietação resolvi olhar para a avenida, no sentido sul, e meus olhos ficaram surpresos ao...

A escuta da alma

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"O que as pessoas mais desejam é alguém que as escute de maneira calma e tranquila. Em silêncio. Sem dar conselhos. Sem que digam: “Se eu fosse você”. A gente ama não é a pessoa que fala bonito. É a pessoa que escuta bonito. A fala só é bonita quando ela nasce de uma longa e silenciosa escuta. É na escuta que o amor começa. E é na não-escuta que ele termina. Não aprendi isso nos livros. Aprendi prestando atenção".  Rubem Alves t. 

Que horas você volta?

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Acordei hoje de um sonho bom. Veio de nós.  Eu tinha 7 anos; cabelos dourados com cachinhos nas pontas.  Moravamos na casa 37 da Travessa Doroteia Marinho.  Era um dia frio como quase todos os outros. Sábado no final da tarde, vou para a calçada da nossa casa, que tinha 4 degraus. Sento no primeiro deles e espero você e a noite chegar. Vocês chegam juntos. Os dois. Meus olhos brilham como se tivessem inundados de lágrimas. Mas eram brilhos! Nos abraçamos como se não nos víssemos a anos, mas você me deu bom dia no começo dessa manhã. Entramos em casa, você fala com a minha mãe, que lhe pergunta como foi o dia. Vocês dois se sentam na mesa e conversam sobre várias coisas, as quais eu não entendia nada. Devia ser essas fofocas de adultos. Você pega meu patins, e minha mãe meu casaco de frio. Saímos de casa, andamos alguns quarteirões e chegamos numa praça. Minha mãe senta num banco e fala pra gente ter cuidado. Você coloca os meus patins, me ensi...

A solidão com vista para o mar

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Entende-se 'dossiê' como um conjunto de documentos os quais abordam assuntos semelhantes para um objetivo de alcance linear. "Trazer em si a própria razão de seu fim". Talvez sem que nos déssemos conta, estamos falando e possivelmente concordando com realidades próximas as quais repudiamos com fervor no cotidiano. Somos aptos a se deixar envolver, mas nos treinamos a empatar envolvimentos. Partindo da minha opinião, que a falta de controle nos faz conhecer as razões imunes ao que é coagido e cobrado socialmente, por exemplo, as que me levam a está aqui escrevendo, são estas compreendidas como envolvimentos. E pensando na palavra 'envolver', pode-se cogitar, 'cobrir', 'se deixar levar', 'abraçar', 'confortar'. O envolvimento não condicionado e imune ao controle, é uma realidade que traz em si, a própria razão de seu fim. Assim como, é um risco de medo, desconfiança, testes e sobretudo, passivo de fuga.  Boa parte...

O quarto elemento

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Há tempos os três encontros não me eram citados. Há tempos três memórias não me encontravam. Há mais tempos, três marcas não ficavam em alto relevo. Citaram. Encontraram. Ficaram. 1. A segregação veio como uma bomba.  9 anos e meio. Ter que ficar presa no meio de dois grandes amores. Família as vezes vira disputa. Amor as vezes vira vergonha. Isso deixa a união deslocada.  E então, a forma como percebemos a sensibilidade começa a ser alterada. 2. A perda vem como uma explosão. 14 anos.  Ter que ficar presa na ausência de explicação. Esperança as vezes vira vazio. Tentativa as vezes vira tédio. Isso deixa a frieza ativa. E então, a forma como lidamos com a sensibilidade, continua a ser desconstruída. 3. A invasão vem como cinzas. 17 anos e meio. Ter que ficar presa no silêncio do desespero. Prazer as vezes vira medo. Relação as vezes vira horror. Isso deixa a frustração comum. E então, a maneira como acreditamos na sensi...

Quando bate o meu coração.

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Hoje, 27 de abril de 2017, fui bombardeada por pedidos semelhantes e intensos. De um lado, uma analisanda me pedindo ajuda, do outro, a minha melhor amiga. Como pude estar tão cega para a possibilidade dessa segunda garota está evidenciando que há algo de errado? Por que esperei o apelo direto para perceber? Na verdade, acredito que já havia percebido, mas não queria adentrar, pois acreditava que esses pedidos fossem artefatos para um construção textual mais intensa... Mas vi que não! É inconsciente, mas consciente. É possível? Sim! Parece que eles estão atravessados. É sobre a minha melhor amiga que estou falando. É sobre esse não-dito e o não-visto. É sobre estar no mundo, mas sem senti-lo. É sobre viver sem saber o que se está experienciando. Torna-se delicado pensar e criar algo a partir de situações não vivenciadas, mas olhe só, não estou dizendo que é impossível. Estou afirmando que é delicado! E, de fato, é! Diante de tantos atravessamentos cotidianos é necessário desac...

Evasão

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Nada ficou no lugar. Destoei. Cai. Suguei. Senti meu corpo barato, como um retrato velho que é olhado e esquecido numa sequência absurdamente veloz. Senti minhas verdades engolidas e digeridas como aquela comida que você faz descer sem mastigar e não fica nem dez minutos no estômago, nem mesmo altera sua fome ou a ausência dela. Senti meus valores molhados e frágeis como um papel que fica jogado no chão, enquanto a chuva molha e as pessoas pisam, sem sentir que tem uma superfície a mais. Senti meus planos dignos de nada, como quando uma criança de dois anos de idade que ainda nem fala direito, diz que quer ser astronauta, e as pessoas riem e acham bonito mas nunca levam a sério. Senti minha mente esvaziando como uma bexiga de aniversário que esqueceram de estourar. Senti minha positividade esperançosa escurecendo como quando o sol vai caindo e o céu vai ficando pálido, até só restarem luzes artificiais. Senti meus paraísos desmoronando como quando passamos horas construindo c...