Hey you
Surpreende-me a ausência de imaginação que uma sociedade massificada passou a assumir nas últimas décadas.
Assim como, a falta de interesse em desvelar um impulso ou se espantar com alguma beleza.
O consumo traz consigo vantagens e desvantagens, como todas as coisas desse mundo, uma de suas vantagens, é a geração de oportunidade trazida pela curiosidade, e uma de suas desvantagens, é a perca da emoção, que por sua vez, nos deixa carregados de heroína, e incapazes de sentir a espontaneidade que uma droga é capaz de trazer.
Como disse genialmente, a banda Pink Floyd, na música. Wish you were here, "preferimos grandes papeis em celas, à um pequeno papel na guerra".
A maneira como nosso cotidiano se moldou e virou formato, leva-me muito proximamente ao conceito de dejá vú. Sensação de já ter visto, vivenciado, feito.
Tenho a impressão que hoje, estamos sempre beirando a perder a sensibilidade de enxergar e se assustar.
Como se tudo que vemos, já tivesse sido visto; tudo que ouvimos, já tivesse sido dito; tudo que comemos, já tivéssemos sentido o sabor; todos os lugares, já tivessem sido visitados e por ai vai, aliás, já foi.
Buscar um significado talvez venha a ser uma proposta requisitada futuramente, e acreditem, não serão seus diplomas, phd, crachás e doutrinas que lhe tornarão pensadores.
A ambição traz o formato pronto a ser reproduzido, enquanto o pensamento traz a possibilidade de se interessar pelo ato de imaginar e então, conquistar.
Caso dicas pudessem ser dadas, eu diria: sejam obcecados por detalhes, atentem-se a estes e os apeguem como tudo que há de sentido maior.
Seres pensantes são criadores de detalhes e com eles experienciam histórias que transbordam todos os níveis de expectativas.
Se é pra consumir, consumam tempo para nada, consumam imaginações que torna nossa rotina incontida.
E a partir dessa incontinência, criem.
Porém, como dicas não podem ser dadas, o que tenho a dizer é: Boa sorte!
Ao som de Maybe - Janis Joplin.
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