Noite dos Mascarados

Minh'alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver!
Não és sequer razão de meu viver,
Pois que tu és já toda a minha vida!
Não vejo nada assim enlouquecida,
Passo no mundo, meu Amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida!
Tudo no mundo é frágil, tudo passa,
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim!
E, olhos postos em ti, vivo de rastros:
"Ah! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: princípio e fim!"



Quem diria o amor ser real em meio a tantas fantasias.
Fantasias de Tristeza, policiais, anjos, Frida Kahlo; Amy Winehouse; homens com roupas de mulheres; chapéus, máscaras, drinks, cervejas e vagantes do dia e da noite.
A diversão é sempre um bom investimento.
Mas e decência...
Há alguém decente por aqui?
Quando procuramos por algo, estamos concentrados a procurar, e por esse motivo, não encontramos.
Mas quando não se espera por nada, as máscaras caem.
E caíram!
Vocês se encontraram na última noite dos mascarados.
Vocês se encontraram na primeira vez que desmascararam.
Dias aconteceram.
Semanas adormeceram.
Meses amanheceram.
Vocês permanecem acontecendo.
Para o amor, há sempre sinônimos.
Alguns deles inimagináveis de ser considerado amor, como a espera, o caos, o silêncio, a inquietude e principalmente, o tempo.
Ser considerado amante é se manter rendido a ser visto.
As abstrações nos amedrontam e nos fazem querer correr quilômetros por segundo, só para que possamos permanecer no tal controle.
O controle nos faz firmes e grandiosos para dominar a concretude de situações planejadas.
Os planos nos fazem se equipar de hipóteses estratégicas para estar sempre com no mínimo sete pedras na mão.
Sete pedras na mão nos permite está em autodefesa e aumenta nossa frequência de colecionar troféus de papel.
Troféus de papel nos dar a oportunidade de nunca conhecer o poder que há numa abstração.
Abstrações são responsáveis por ressuscitar as borboletas.
Estourar o frio na barriga.
Enfraquecer as pernas.
Suar sem cheiro e sentir calafrios.
Abstrações são decorrências da ausência de explicações, descontrole, falta de sentido e movimentos involuntários.
Passiva de falhas, risos, sonhos, desejos e sobretudo, encontros.
Estas sim, estão para além de correr quilômetros, estas nos fazem voar.
Bom, e você voaram e voam.
Carnaval; Páscoa; Namorados; Férias; Natal; Réveillon; Carnaval...
O ciclo se renova.
Para você, o que há de belo, diz sim.
Diz sempre.
Diz aqui e agora.
Diz símbolos.
Diz sombras.
Diz dois.
A paixão atinge com um leve nível de violência nossos formatos mais tortos.
E sim, faz-se julgadora e jogadora.
Um jogo que não tem ganhadores. Um julgamento que não tem culpados ou condenados.
É um espaço estabelecido para engradecer sentidos sem títulos.
É novo, descoberto, encoberto, desconhecido, enlouquecedor.
É vantagem, incômodo, físico e gradual.
Momentâneo quando os olhos se encontram, os lábios se tocam, os corpos pesam e os pensamentos se entrelaçam.
Convites de aniversário, casamento, vivencial e espontâneo.
Sua fragilidade lhe faz forte.
Sua agilidade lhe faz sereno.
As mãos dadas de vocês, conectam duas almas que se configuraram como uma lição de nada importante, mas que transforma acima de tudo, o que pode ser sentido e dar sentido a uma relação que se inicia na noite dos mascarados.
Sorte; Deus; Fé; Acaso; não importa.
O fato que segue é simples:
Olhos tocam!
Que as luzes do Bem guiem você de mãos dadas por sinônimos que os façam elo.
Abstração é sinônimo de Amor.
Noite dos Mascarados é sinônimo de Amor.
Fanatismo... Também!


“Quando tudo é feito pra não durar, quero que saiba que nós somos”



Dedicado à Tamy e Louis.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Viva a Mesa Viva!

TRIN(QU)EI

Fiz as pazes com o Natal